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17 junho 2024

O novo totalitarismo vai além da cultura do cancelamento


A matéria acima, publicada pela Veja, nos obriga a replicar aqui o que já está registrado no mundo sobre esse tema. E como se verá, não se trata de uma ação isolada e sim de uma aplicação do que rezam as cartilhas esquerdistas mundo afora e reveladas por alguns autores em livros, artigos e reportagens.

Neles se ler que a lealdade de participantes de um grupo, ou não à tribo, é a essência das políticas esquerdistas de identidade. A lealdade é uma ideologia em detrimento de uma expertise e não é menos perturbadora do que a lealdade a uma personalidade. É o que está na raiz da "cultura do cancelamento", na qual os transgressores, não importa quão pequenas sejam as infrações, percebem-se lançados à escuridão.

Foram marcantes e ainda hoje o são, três regimes totalitários, todos de esquerda: - nazismo, fascismo e comunismo. Sobreviveu este último. Na época em que surgiram, esses regimes procuraram implementar os seus objetivos através da força bruta - agressões físicas, detenção, tortura, assassinatos - causando destruição e sofrimento sem paralelos na história humana. Foi assim, por exemplo, com o famoso escritor russo, Aleksandr Soljenitsyn, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1970.

Muito além da cultura do cancelamento, que é reativa, as instituições estão incorporando testes ideológicos em seus sistemas para extirpar os dissidentes, gerando uma sociedade que valoriza mais a lealdade do que a expertise. 

Nas universidades que compõem o sistema da Universidade da Califórnia, por exemplo (para não falar das brasileiras), os professores que quiserem se candidatar a vagas com estabilidade precisam afirmar seu compromisso com a "igualdade, a diversidade e a inclusão" - e ter demonstrado isso, mesmo que não tenha nada a ver com sua área. Juramentos politicamente corretos similares são exigidos em escolas públicas e particulares de destaque.

Nos EUA, e no Brasil também, os testes de lealdade em relação à diversidade ideológica são também comuns nos sistemas corporativos, inclusive o de saúde. O inventor do JavaScript, Brendan Eich, foi um dos primeiros nomes no início da Internet. Porém, em 2014, ele foi forçado a deixar a liderança da Mozilla, empresa que fundara, após objeções dos funcionários a respeito de uma pequena doação que fizera para a campanha de 2008 para acabar com os casamentos gays na Califórnia.

Com a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, passou-se a acreditar que o totalitarismo, que é diferente do autoritarismo, passaria a existir apenas nos livros de história e na memória de suas vítimas. O regime liberal-democrático teria prevalecido no mundo Ocidental e regimes autoritários estariam com os seus dias contados.

Contuso, no mundo atual, o que mudou foi a forma de totalitarismo. Enquanto o totalitarismo tradicional se valia de ameaça de violência física, o novo totalitarismo está se valendo de métodos de intimidação mais sutis, envolvendo instrumentos de coerção psicológica e econômica.

Se o totalitarismo clássico procurou implantar regimes radicalmente nacionalistas e/ou racistas e/ou coletivistas, o novo totalitarismo procura implementar uma ideologia que envolve uma estranha combinação de coletivismo e hiperindividualrismo que tem tomado forma atualmente no chamado - indentitarismo woke.

Portanto, o novo totalitarismo ao invés de ser implementado pelo - coturno no rosto - a substituição dos valores do velho mundo está sendo obtida pelas conveniências tecnológicas e econômicas do século XXI.

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