Blind Justice and the Lipstick of the Republic / Justiça Cega e o Batom da República
O artigo a seguir foi escrito por Hermes Magnus, empreendedor no Canadá, hermesmagnus.com. Está transcrito em inglês, sua forma original e, em seguida, sua tradução automática através do Google.
Em sua conclusão, Hermes afirma que "No Brasil, pintar uma estátua pode ser mais perigoso do que roubar um país. A república é protegida, não pela justiça, mas pelas máfias que a constituem. E qualquer um que ouse desafiá-las, mesmo com um mero batom, corre o risco de ser condenado como inimigo do Estado. Um Estado que, sejamos claros, é o verdadeiro inimigo do povo".
O artigo é uma análise perfeita sobre a situação do Brasil atual, situação esta que não é mais desconhecida em qualquer parte do mundo e aplaudida pelas ditaduras ainda existentes no globo terrestre.
Hermes também comenta a ingenuidade de alguns brasileiros. "Como não rir de um país onde os cidadãos acham que os quartéis podem salvar a nação, enquanto os generais, elegantemente decorados, saboreiam seus vinhos caros durante acordos políticos de bastidores? É a tragicomédia brasileira no seu melhor".
Boa Leitura.
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Blind Justice and the Lipstick of the Republic
On a sunny morning in Brasília, as the statue of the goddess Themis received its controversial coat of red lipstick, Brazil etched its name in history as the only country where a cosmetic product could be deemed a weapon of republican destruction. Unsatisfied with merely arresting the perpetrator of this “highly dangerous” crime, the guardians of democracy decided to sentence her to years in prison. Why? Because, apparently, the Brazilian republic is so fragile that its stability can be threatened by a simple tube of lipstick.
They say justice is blind, but in Brazil, it appears not only blind but also anomalous, with selective hearing that prevents it from understanding rational arguments. The individualization of conduct, a fundamental principle of any minimally functional legal system, has been thrown onto the fire like a heretic in the Middle Ages. In its place, the judiciary has opted for collective punishment under the premise of “if you’re there, you’re guilty.” It doesn’t matter whether the defendant is 70 or 7, whether they threw a stone or simply believed a lie spread on the internet. What matters is that everyone is punished, and preferably harshly.
Ah, the young woman with the lipstick… What an unforgivable offense against the republic of oligarchs and mafias. (This young mother of two painted the statue of Themis with lipstick, an act she admitted was vandalism driven by her outrage at perceived injustices. Yet, she has been accused of a “crime against the republic” and sentenced to harsh prison time, separated from her children as though she had orchestrated an armed coup.) Because, let’s be honest, if something can shake the institutional order in Brazil, it’s not systemic corruption, influence trafficking, or the looting of public companies. No, it’s lipstick applied to a statue. This act of youthful vandalism, which in any moderately balanced country would result in a fine or community service, is here treated as an attempted coup d’état. After all, who needs tanks and armies when you have a Rouge Dior in hand?
And the spectacle continues. Among those sentenced en masse are elderly people at the twilight of their lives, young individuals with their heads in the clouds, and innocents who believed in the armed forces as guarantors of morality and order. How naïve! How can one not laugh at a country where citizens think that barracks can save the nation, while generals, elegantly decorated, savor their expensive wines during political backroom deals? It’s Brazilian tragicomedy at its finest.
Meanwhile, the true “entrepreneurs of chaos” – those who profited handsomely from PIX (bank quick transfer) donations sent by the desperate – remain free. These masters of rhetoric transformed popular indignation into a revenue stream before disappearing the moment the credulous masses stormed the stage. Some fled to Miami, others vanished altogether, but all share one thing in common: they escaped accountability. And those foolish enough to stay behind? Well, they learned in the harshest way possible that in Brazil, believing in politicians or institutions is a direct ticket to prison.
What do we have left, then?
A republic where justice is applied with criteria so absurd they become laughable. The true criminals, the orchestrators of chaos, walk away unscathed. Meanwhile, the followers – often misinformed, deceived, or simply naïve – pay the price. And they don’t just pay; they pay with interest, monetary correction, and judicial rigor that never seems to apply to those looting public coffers.
And the moral of the story?
In Brazil, painting a statue can be more dangerous than robbing a country. The republic is protected, not by justice, but by the mafias that constitute it. And anyone daring to challenge them, even with a mere lipstick, risks being condemned as an enemy of the state. A state that, let’s be clear, is the true enemy of the people.
Justiça Cega e o Batom da República
Em uma manhã ensolarada em Brasília, enquanto a estátua da deusa Themis recebia sua polêmica camada de batom vermelho, o Brasil gravou seu nome na história como o único país onde um produto cosmético poderia ser considerado uma arma de destruição republicana. Insatisfeitos em apenas prender a autora desse crime “altamente perigoso”, os guardiões da democracia decidiram condená-la a anos de prisão. Por quê? Porque, aparentemente, a república brasileira é tão frágil que sua estabilidade pode ser ameaçada por um simples batom.
Dizem que a justiça é cega, mas no Brasil ela parece não só cega como também anômala, com audição seletiva que a impede de entender argumentos racionais. A individualização da conduta, princípio fundamental de qualquer sistema jurídico minimamente funcional, foi jogada na fogueira como um herege na Idade Média. Em seu lugar, o judiciário optou pela punição coletiva sob a premissa de “se você está lá, você é culpado”. Não importa se o réu tem 70 ou 7 anos, se atirou uma pedra ou simplesmente acreditou em uma mentira espalhada na internet. O que importa é que todos sejam punidos, e de preferência com severidade.
Ah, a moça do batom… Que ofensa imperdoável à república dos oligarcas e máfias. (Essa jovem mãe de dois filhos pintou a estátua de Themis com batom, um ato que ela admitiu ter sido vandalismo motivado por sua indignação com injustiças percebidas. No entanto, ela foi acusada de um “crime contra a república” e sentenciada a uma dura pena de prisão, separada dos filhos como se tivesse orquestrado um golpe armado.) Porque, sejamos honestos, se algo pode abalar a ordem institucional no Brasil, não é corrupção sistêmica, tráfico de influência ou saques de empresas públicas. Não, é batom aplicado em uma estátua. Esse ato de vandalismo juvenil, que em qualquer país moderadamente equilibrado resultaria em multa ou serviço comunitário, é aqui tratado como uma tentativa de golpe de estado. Afinal, quem precisa de tanques e exércitos quando se tem um Rouge Dior nas mãos?
E o espetáculo continua. Entre os condenados em massa estão idosos no crepúsculo de suas vidas, jovens com a cabeça nas nuvens e inocentes que acreditavam nas forças armadas como garantidoras da moralidade e da ordem. Que ingenuidade! Como não rir de um país onde os cidadãos acham que os quartéis podem salvar a nação, enquanto os generais, elegantemente decorados, saboreiam seus vinhos caros durante acordos políticos de bastidores? É a tragicomédia brasileira no seu melhor.
Enquanto isso, os verdadeiros “empreendedores do caos” – aqueles que lucraram generosamente com doações de PIX (transferência bancária rápida) enviadas pelos desesperados – continuam livres. Esses mestres da retórica transformaram a indignação popular em uma fonte de renda antes de desaparecerem no momento em que as massas crédulas invadiram o palco. Alguns fugiram para Miami, outros desapareceram completamente, mas todos têm uma coisa em comum: escaparam da responsabilização. E os tolos o suficiente para ficar para trás? Bem, eles aprenderam da maneira mais dura possível que, no Brasil, acreditar em políticos ou instituições é uma passagem direta para a prisão.
O que nos resta então?
Uma república onde a justiça é aplicada com critérios tão absurdos que se tornam risíveis. Os verdadeiros criminosos, os orquestradores do caos, saem ilesos. Enquanto isso, os seguidores — muitas vezes mal informados, enganados ou simplesmente ingênuos — pagam o preço. E eles não pagam apenas; eles pagam com juros, correção monetária e rigor judicial que nunca parecem se aplicar àqueles que saqueiam os cofres públicos.
E a moral da história?
No Brasil, pintar uma estátua pode ser mais perigoso do que roubar um país. A república é protegida, não pela justiça, mas pelas máfias que a constituem. E qualquer um que ouse desafiá-las, mesmo com um mero batom, corre o risco de ser condenado como inimigo do Estado. Um Estado que, sejamos claros, é o verdadeiro inimigo do povo.
ANÁLISE DOLOROSA. POBRE BRASIL.
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