Translate

23 maio 2025

Culpar Jair Bolsonaro não cola mais

    Encerra-se a primeira semana de depoimentos no STF sobre os réus do 8 de janeiro. Até o momento vai se tornando mais evidente os esforços de Alexandre de Moraes para manter em pé a tese de um golpe que não existiu.

    A Primeira Turma do Supremo vive dias difíceis. O grupo é formado por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Eles são os responsáveis pelo julgamento da “trama golpista” do dia 8 de janeiro. Votam em conjunto. Ocorre que, agora, o chefe dos inquéritos, relator, acusador, vítima e juiz do caso, tem sido confrontado por advogados dos réus em sustentações orais presenciais — que até então eram feitas por meio de vídeos gravados. A defesa tem demonstrado que houve descarte de contraprovas produzidas, além de uma coletânea de erros no relatório da Polícia Federal. Moraes chegou a repreender o advogado de um dos réus nesta semana: “Não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que faça circo aqui no meu tribunal”.

     Hoje foi a vez de repreensão ao ex-ministro Aldo Rebelo que depôs na condição de testemunha de defesa. Durante a oitiva, ele foi questionado se o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria colocado tropas à disposição do presidente da República. O ex-ministro afirmou que é preciso considerar o que significa uma "força de expressão" na língua portuguesa.

"É preciso levar em conta que na língua portuguesa nós conhecemos aquilo que se usa muitas vezes que é a força da expressão. A força da expressão nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz que 'estou frito' não significa que está dentro de uma frigideira, quando diz que 'está apertado' não significa que está submetido a uma pressão literal. Quando alguém diz estou a disposição, a expressão não precisa ser lida literalmente", respondeu Rebelo.

    A resposta irritou Moraes: "O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier disse a expressão? Então o senhor não tem condição de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos".

Rebelo rebateu: "Em primeiro lugar a minha apreciação da língua portuguesa é minha e eu não admito censura".

Moraes: "Se o senhor não se comportar, o senhor será preso por desacato".

Rebelo: "Estou me comportando".

Moraes: "Então se comporte e responda à pergunta".

 

    Até hoje, com 1,2 mil dispositivos apreendidos (celulares e computadores), os investigadores não encontraram nada concreto contra o alvo principal: Jair Bolsonaro. Isso explica a pressa e o nervosismo da Corte.

    Sempre que um advogado de defesa de um dos acusados fala sobre o caso da "trama golpista" fica cada vez mais exposto o completo absurdo a narrativa de golpe e os atropelos que estão sendo cometidos contra os acusados. Selecionamos a s
ustentação oral do Dr. Jeffrey Chiquini no STF.

do Dr. Jeffrey Chiquini no STF


3 comentários:

  1. Brilhante defesa. Contra fatos não há argumentos. Quero ver se esses ministros tem coragem de contestar tudo que foi mostrado e provado.

    ResponderExcluir
  2. GRANDE CONTRIBUTO.

    ResponderExcluir
  3. Alexandre de Moraes tomou uma lição de português de Aldo Rebelo, ouvido como testemunha no STF — e ficou irritado. É um ponto sensível para os nervos do ministro, cujo português, comprovadamente, não daria para passar numa prova do ENEM. Perdeu essa, ministro. - J. R. Guzzo, em seu X.

    ResponderExcluir