Translate

21 fevereiro 2025

Tribunais políticos. Durante o Terceiro Reich e no Brasil atual


 

    Noventa anos depois, no Brasil, mutatis mutandis, a história está se repetindo ao se trocar a palavra judeus por bolsonaristas. Independentemente da denominação dada ao regime vigente neste momento aqui no Brasil, qualquer que seja o nome escolhido, no seu significado, obrigatoriamente, constará, em primeira opção, regime totalitário. Os fatos em grande quantidade corroboram essa escolha, ao quais se somam mais um: o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF para o indiciamento de Jair Bolsonaro, sob a tutoria do "juiz" Alexandre de Moraes. 

    Senão vejamos. A denúncia da PGR nos faz lembrar de um outro evento ocorrido no século passado com semelhanças com o nosso 8 de janeiro. Trata-se do incêndio do Reichstag, em 27 de fevereiro de 1933, em Berlim, que havia sido provocado pelos nazistas para justificar a supressão das liberdades individuais que se seguiu.

    Na sequência, foi instituído, por Adolf Hitler, o "tribunal do povo", Volksgerichtshof (VGH), em alemão,  um tribunal político que esteve ativo na Alemanha entre 1934 e 1945, tendo sido responsável pelo julgamento de acusados de crimes de alta traição e atentado contra a segurança do Estado, praticados pela resistência alemã durante o regime nazista.

    Terminada a Segunda Guerra Mundial, o tribunal alemão é tristemente lembrado pelo grande número de condenações pronunciadas em seus poucos anos de existência, sobretudo entre 1942 e 1945, sob a presidência do juiz Roland Freisler, cuja atuação é tida como exemplo de desvio da lei (Rechtsbeugung) e submissão da justiça ao terror organizado de Estado, sob o nazismo.

Segundo escreveu Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy

[ ... ] "Roland Freisler é o mais acabado exemplo de juiz nazista e fanático, que confundia as funções de acusação e de julgamento. Brutal e sarcástico, Freisler era menos um juiz do que um jurista do partido ao qual servia. Crítico de qualquer concepção jurídica liberal, Freisler insistia na inafastabilidade dos conceitos de Povo, Jurista e Direito; o Direito, na concepção de Freisler, deveria substancializar o espírito do nacional-socialismo (Den Geist des Nationalsozialismus). É um juiz de triste memória."

    Mais semelhanças entre o Terceiro Reich e o Brasil atual, podem ser encontradas nesses dois artigos: "Hitler e Lula. O nazismo e o petismo são iguais?" e "Um Brasil mais nazista".

*. *. *

Um comentário:

  1. Vergonhoso assistir tudo isso sem ter a quem recorrer. Se tivéssemos um congresso sério e sem grande parte dele com o rabo prezo ao STF, nada disso estava acontecendo. Sinceramente, tenho nojo desse congresso ( com raras exceções) e pavor do STF, que na realidade vem comandando o país. Vergonha de ser brasileiro.

    ResponderExcluir