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28 setembro 2021

A FARSA DO "MÉTODO PAULO FREIRE"

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"O plágio e desvio filosófico de Paulo Freire ao método do missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach."

As cartilhas de Laubach foram copiadas pelos marxistas em Pernambuco, dando ênfase à luta de classes. O autor dessas outras cartilhas era Paulo Freire, que emprestou seu nome à “nova metodologia” como se a ela fosse de sua autoria_ 

O Método Laubach de alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach (1884-1970). Desenvolvido por Laubach nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século XX.

Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros.

Com o auxílio de um educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras.

Utilizando essa metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. 

Na América Latina, o método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos.

A visita de Laubach a Pernambuco causou grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e conduziu debates no Teatro Santa Isabel. 

Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta.

Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade.  No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco.

Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. 

As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua “condição de oprimidas”. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa “nova metodologia” — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria.

A artimanha do Sr. Paulo Freire “pegou”, e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU.

No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada “Brasília Teimosa”, bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa Cruzada ABC, que empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e em todo o Estado.

PS.: Leia também "O pesadelo de Paulo Freire", do advogado Miguel Nagib, fundador do Escola Sem Partido.




26 setembro 2021

100 ANOS DE PAULO FREIRE: UMA CRÍTICA DO EDUCADOR CRÍTICO

 Por Henrique Simplício¹  e Vitor Geraldi Haase² 
(¹) Bacharel e licenciado em ciências sociais, mestre em Sociologia e doutorando em Neurociências
(²) Professor titular do Departamento de Psicologia da UFMG
19/09/2021

Não há dúvidas que Paulo Freire é o teórico educacional mais influente da história brasileira. Detentor de diversos títulos Doutor Honoris Causa, Freire influenciou uma geração de profissionais do ensino que, por sua vez, formaram outra geração de educadores ao redor do Brasil e do mundo. Sua obra mais famosa, a Pedagogia do Oprimido (1974) é livro de cabeceira de muitos destes profissionais, alcançando desde o ensino básico até o universitário. Estes, dentre outros motivos, acabaram levando Freire ao posto de patrono da educação brasileira no ano de 2012. No meio de todo este prestígio, é questionável se caberia espaço para algum tipo de ressalva ou ao menos ponderação sobre as ideias do autor já que, não raramente, as críticas às ideias de Freire costumam ser tão bem receptivas quanto mullets.

Em tempos onde a expressão “Fake News” parece banalizada, servindo como uma espécie de trunfo desde o campo jurídico até os rincões do Twitter, as ideias discordantes do pensamento freiriano têm sido vistas como “anti-científicas”, próximas de um obscurantismo do espectro político mais à direita. Estas críticas seriam incapazes de reconhecer as contribuições de um dos teóricos mais influentes do último século. Neste terreno de ampla aceitação, haveria algum espaço para o debate analisando as teorias do autor?

Considerando a importância do debate para o avanço do conhecimento, vamos nos lançar a esta ingrata tarefa. Correremos o risco de sermos incompreendidos avaliando (como o próprio Freire defende) “criticamente” a teoria do próprio Freire. Afinal, existem motivos legítimos para questionar o trabalho do pedagogo?

Influências no pensamento Freireano

Para compreender a filosofia educacional de Freire, é necessário ter em mente que o autor tinha por propósito implementar uma transformação radical dentro da sociedade. Considerando sua preocupação com a pobreza e desigualdades existentes (questões mais do que legítimas), para Freire seria necessário uma mudança intensa e incisiva sobre as relações dentro da sociedade. Mas, em que tipo de referencial teórico Freire se ancora para implementar essas mudanças? Pois, por mais óbvio que pareça, o desejo por mudanças não implica em como ela deverá ser feita. Felizmente, para a satisfação de todos, Freire não esconde qual o caminho ele escolhe para nortear seu desejo por mudanças. Ao longo de suas obras, o autor deixa bem claro a sua influência ancorada no movimento marxista-socialista. O materialismo histórico e dialético (de Marx) surge em diferentes níveis nas preocupações de Freire. Ele passa desde a crítica à uma sociedade liberal, baseada em uma economia de mercado, até as mazelas proporcionadas aos oprimidos dentro de sala de aula. Em que pese seu apoio ao cristianismo e pautas mais pós-modernas, é notório que é a tradição marxista do seu pensamento que guia sua simpatia a tais vertentes não o inverso.

Assim como Marx, Freire entende que mais que interpretar o mundo, seria necessário transformá-lo e, para isso, uma revolução seria imprescindível. Desta forma, Freire não se furta ao tratar de forma elogiosa em seus livros educacionais mesmo ditadores pertencentes a este espectro político. Figuras como Ernesto Guevara, Lênin, Mao e Fidel Castro aparecem por diversas vezes junto adjetivos nobres, de forma que o leitor nem se lembre que estes mesmos autores ordenaram ou produziram regimes responsáveis diretamente pelo fuzilamento de dissidentes. No livro Pedagogia do Oprimido (1974), na mesma página que Freire elogia Guevara, Freire coloca o processo natural de uma revolução “detendo vidas”. Surge uma questão: em que medida é adequado ao ambiente escolar um autor de um livro pedagógico que enaltece ditadores, e, logo em seguida, fala naturalmente sobre um processo revolucionário de “deter vidas''. Haveria nesses propósitos algum objetivo humanista ou pedagógico profundo não reconhecido? É estranho pensar que esse material seja mesmo critério de seleção de candidatos em concursos educacionais.

O papel do professor

Ao ler parte da produção bibliográfica de Freire, é possível que o leitor se perca, questionando se, na verdade, estaria ele lendo um livro de educação ou política. É importante salientar que esta confusão não é feita sem propósito. No pensamento freireano, assim como para boa parte das teorias e leis educacionais vigentes no país, a educação não pode se separar da política. Considerando a dificuldade ou impossibilidade de suprimir nossos vieses, Freire declara que a boa educação se faz quando amarrada à sensibilidade dos problemas sociais. Problemas estes vistos pela mesma ótica do pensamento marxista mencionado anteriormente. Com intuito de modificar esta realidade, Freire vê no ambiente escolar a grande chave para a transformação da sociedade. Desta forma, para ele, a neutralidade no ambiente de ensino aparece não apenas como um erro mas uma ilusão. Assim, qual seria o papel do professor? O bom modelo de professor para Freire não é aquele que apresenta o conteúdo, transfere o aprendizado e volta para casa, deixando a política e disputa pelo poder de lado, com a sensação de dever cumprido. Pelo contrário, Freire chega a chamar este profissional de “reacionariamente pragmático” por transmitir conhecimentos e preferir separar a educação da política.

Segundo ele, o bom educador seria aquele que se empenha na luta "transformadora" vista sob a ótica revolucionária. Desta forma, o posicionamento político não é uma opção para o professor que deseja cumprir com seu dever de combater as injustiças e minar o desigual sistema capitalista .

Neste contexto, poderíamos lançar outra pergunta, afinal, o que haveria de errado com tais ideias? À princípio, misturar a educação com a política não seria algo bom? Afinal, a política está em tudo, certo? Sobre esta última pergunta, podemos dizer que a resposta depende muito do conceito de política adotado. Caso a política, como a apresentada por Freire, esteja amarrada à uma teoria filosófica que crê mesmo prever o futuro da história descrevendo seu fim (como à teoria marxista) é necessário ter cautela. A simbiose entre a política partidária e a educação torna o debate acadêmico sobre o ensino um barril de pólvora. Ao assumir a interferência da política no ensino, não debatemos mais com pesquisadores e profissionais que desejam o melhor resultado para seus alunos. Estamos agora diante de aliados e inimigos, opressores e oprimidos que são apenas enquadrados de acordo com uma visão política final, já interpretada à luz da história da luta de classes. Em um campo como este, uma educação baseada em evidências, imune aos interesses e jogos políticos inerentes da disputa de poder, torna-se tão viável quanto a estadia em Saturno. Ao menos no nosso parecer, esta concepção corre o sério risco de transformar o livre debate educacional em uma guerra de facções.

Aprendizagem

Ao apontar alguns dos aspectos que norteiam sua epistemologia educacional, Freire propõe algumas soluções que, ao menos hoje, parecem bastante distantes do que as evidências têm nos mostrado sobre o problema da perda de desempenho escolar. Segundo Freire, não é apenas indesejado como um equívoco que professores transmitam conhecimentos dentro de sala de aula(?). Esta concepção, vista por ele como “invasiva”, onde o educador deposita “saberes” nos seus alunos como se fosse um bancário adicionando valores em uma instituição financeira representaria um grave erro. Para esboçar esta crítica, Freire estabeleceu o conceito de “educação bancária”. Através dela, o educador prejudicaria a autonomia e a emancipação do aluno.

Ao menos do ponto de vista cognitivo-educacional, o principal problema desta briga de Freire contra a transmissão de conhecimentos se encontra no fato de que o ensino instrucional está longe de ser o vilão da história quando o assunto é desempenho escolar. Metodologias de ensino baseadas na transmissão do aprendizado por parte do professor têm sido revisadas por décadas com efeitos positivos sobre o desempenho dos alunos. Para piorar, estes efeitos não costumam ser modestos, pelo contrário. Estudos de metanálise baseados na revisão de trabalhos acadêmicos distintos, realizados em diferentes localidades ao redor do mundo apontam de forma clara para o efeito benéfico do ensino instrucional.

Outras frases de Freire soam ainda mais estranhas dentro deste debate: “ninguém educa ninguém - ninguém se educa a si mesmo - os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Não há dúvida que os homens só conseguem participar da educação inseridos no mesmo mundo que permite a sua existência. Mas não nos parece haver qualquer sustentação para dizer que ninguém é capaz de educar alguém. Afinal, caso o professor seja incapaz de transferir conhecimentos e de educar alguém, o que sobraria para ele na prática do ensino escolar? Fazer proselitismo político?

Talvez resida aqui um dos principais pontos falhos tanto da clareza de Freire quanto de seu modelo teórico-epistemológico. Ao mesmo tempo que o patrono da educação nacional desvaloriza a transmissão de conhecimentos, defende a transmissão de valores políticos por parte do professor. Temos um paradoxo. O mesmo ambiente que possui inúmeros desafios provenientes de uma dificuldade natural do processo de aprendizado, deve agora abrir mão - segundo Freire - da direcionalidade do ensino para assumir obrigatoriamente um delineamento político. Essa inversão, onde a transmissão de conhecimentos perde espaço para a política dentro da escola pode ser a raiz epistemológica de muitos desvios de prioridade comumente vistos na educação nacional.

Muito antes do lançamento da pedagogia do oprimido de Freire, Hannah Arendt já havia apontado para o risco em se politizar a educação. Em seu “The crisis in education” (1961) a filósofa apresenta como a supressão da autoridade e a perda do horizonte calcado na transmissão do conhecimento tem promovido uma crise sem precedentes. Aqui, cabe retornar mais uma vez para o trabalho de Freire na medida em que ele não só propõe um modelo educacional que partidariza o ensino entre “opressores/oprimidos” como coloca o oprimido como protagonista nesse processo revolucionário que se realiza no ambiente escolar.

Em um cenário onde cerca de ⅔ das crianças chegam ao ensino médio sem dominar habilidades aritméticas básicas, parece-nos difícil valorizar a política e a “prática problematizadora” contra transmissão de conhecimentos. Ao que tudo indica, para a filosofia de Freire parece ser mais fácil consertar o mundo do que armazenar a tabuada. Fica a pergunta: Como promover a emancipação e autonomia no ambiente escolar sem a transmitir conhecimento, reduzindo a história  à uma visão final de mundo? É preciso ter cuidado para não esconder dentro da consciência crítica, um servilismo irrestrito pertencente a modismos políticos.

Através destes comentários, cremos que seja possível registrar no centenário de Freire estas breves críticas ao trabalho do teórico educacional mais influente da história do país. Em um cenário onde a esmagadora maioria dos profissionais de educação encontra-se em contato com seus trabalhos, parece ser necessário valorizar o debate e compreender que visões dissidentes podem ser capazes de apontar para melhorias. Caso contrário, corre-se o forte risco de transformar a educação em um terreno fértil para religiões políticas à deriva tanto de “messias educacionais” quanto de ideologias do século XIX pouco afeitas ao debate científico.


COMO PAULO FREIRE AJUDOU A DESTRUIR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

    Hoje, em alguns lugares, existe ainda a discussão se é possível separar o método de alfabetização Paulo Freire do restante da obra, de doutrinação política.  Os textos a seguir, compilados pela Gazeta do Povo, em 19/12/2019, explicam essa discussão. 

1. Paulo Freire, a biografia e a mitologia: adultos alfabetizados em 40 horas?

    Em texto publicado para a Gazeta do Povo, em setembro de 2017, Gabriel de Arruda Castro descreve os principais fatos da vida de Paulo Freire (1921-1997), citando episódios como o mutirão de alfabetização em Angicos (RN), em 1963, lenda que defende a suposta alfabetização por Freire de 380 adultos em 40 horas, e que rendeu ao educador o convite do ex-presidente João Goulart para dirigir o Programa Nacional de Alfabetização. Arruda Castro também explica a técnica de Freire de usar a palavra completa para alfabetizar, a ideologia incutida em seus textos, as acusações de plágio contra o educador e a impossibilidade de contestar Paulo Freire na universidade, mesmo com evidências sólidas contra suas ideias.

2. Pedagogia do fracasso: o que há de errado na formação de professores

    As faculdades de Pedagogia cultuam Paulo Freire e suas obras e isso é assim por vários motivos. Um deles é porque os currículos dos principais cursos ainda adotam autores que foram importantes há 40 anos, mas que já foram superados pelos estudos recentes de neurociência e psicologia cognitiva – ciências que, por enquanto, têm sido desprezadas no Brasil. Em texto corajoso, dois professores explicam por que reduzir a formação de professores a autores como Henri Wallon, Lev Vigotski e Jean Piaget – como se vê hoje nos cursos de Pedagogia – leva a educação brasileira a aceitar de tudo, como Paulo Freire e a insistência em métodos que não funcionam.

3. Novos livros tentam esconder a insignificância de Paulo Freire no mundo das ideias

    “Quem já leu uma biografia de Paulo Freire, leu todas”. Em ensaio para a Gazeta do Povo, Martim Vasques da Cunha analisou não só as duas últimas biografias publicadas sobre Paulo Freire, mas também os fundamentos do pensamento do educador, com base no personalismo de Emmanuel Mounier, no construtivismo pedagógico, na eliminação de Deus e colocando o homem como “autor da própria libertação”, bem em sintonia com a doutrina marxista. Vasques da Cunha também traz detalhes curiosos da vida de Paulo Freire, como a defesa do crioulo como língua oficial do país em lugar do português, o péssimo desempenho documentado de Freire como secretário municipal de Educação de São Paulo e a sua desistência de entender “Grande Sertão: veredas”, de Guimarães Rosa que, para ele, era preciso ser “traduzido”.

4. Paulo Freire e a autoajuda marxista

    “O que seria da cultura brasileira se Machado de Assis fosse obrigado, em sua alfabetização, a tartamudear sobre o morro em que nasceu?” Essa é a pergunta que faz José Maria e Silva em artigo publicado na Gazeta do Povo, em crítica ao método de ensino de Paulo Freire, que restringe o aluno às suas próprias experiências. No texto, ele desmascara, em poucas palavras, a ideologia explícita de obras como “Pedagogia do Oprimido”.

5. A transformação de Paulo Freire: de manifesto maoísta a manual de pedagogia

    A colunista Bruna Frascolla revela como a "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire, nem sequer pretendia ser um livro de pedagogia. Era, na verdade, o livro de um comunista voltado a criticar o dirigismo estalinista e apoiar o maoísmo. Por razões que a própria Razão desconhece, tornou-se a Bíblia de pedagogos brasileiros e referência para anglófonos.

6. Paulo Freire em xeque: de Patrono da Educação às ideias indefensáveis

    Em seu mais famoso livro, Paulo Freire faz elogios a Fidel Castro e Che Guevara e destaca a sua intenção de “despertar a consciência” dos alunos para a “opressão”. Marxista assumido, Paulo tinha a luta de classes embutida em sua visão de mundo.

    E, por último, a Gazeta explica por que, apesar de tudo, Paulo Freire é enaltecido no Brasil: o educador conseguiu levar para a sala de aula o marxismo, a luta de classes, a lógica do “opressor e do oprimido”, dando a essas opiniões uma força de autoridade invisível, como um dogma impossível de ser contestado. Os alunos acabam reduzindo seus conhecimentos à batalha contra um agressor que não existe, sem perceber que, na realidade, estão sendo alienados de estudos que poderiam libertá-los da pobreza e da ignorância.

25 setembro 2021

PAULO FREIRE É UÍSQUE PARAGUAIO

Em seu artigo deste fim de semana, na Revista Oeste, o jornalista J. R. Guzzo, volta a abordar um personagem da esquerda brasileira, um desses ídolos culturais. Seguem abaixo alguns trechos do seu artigo. Posteriormente, complemento-o com outras informações colhidas de outro autor.

... "Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum. Faz parte, isso sim, da tragédia permanente da educação no Brasil."

"A esquerda nacional tentou com grande empenho nos últimos dias, embora com bem pouco sucesso de público, ressuscitar para o Brasil de 2021 um desses ídolos culturais, mais um, que ela fabrica regularmente de tempos em tempos e exige que sejam venerados pelo país inteiro como se fossem os Doze Apóstolos, ou a Santíssima Trindade, ou ambos ao mesmo tempo. Nunca importa, realmente, o que o sujeito fez — sua obra, seu talento ou os resultados concretos da sua atividade. Só interessa, para os agentes culturais do “campo progressista”, a devoção à figura escolhida para o papel de santo. É como na religião, e como em quase tudo o que a esquerda promove. Não pergunte nada; ajoelhe-se e reze. Nessa balada, vão socando em cima do público, com embalagem de herói, as figuras criadas por sua imaginação. A levar a sério o que sai na mídia, nas classes intelectuais e nos “projetos de luta” de ONGs à caça de verbas, são grandes vultos da nossa história. Vai ver de perto e é tudo uísque paraguaio. ...

... o que, no fim das contas, o homem fez de útil para a educação brasileira, ou para qualquer outra coisa? Nada que alguém tenha conseguido saber até hoje. Mas, como acontece com todos os heróis da esquerda nacional, isso é um detalhezinho à toa; basta dizer que o sujeito é um dos educadores “mais importantes” do país, e mesmo do mundo, e pronto. Importante por quê? Não interessa. ...

... o “método Paulo Freire”, que, por aquilo que nos dizem, é o mais decisivo avanço da cultura humana desde a invenção da escrita. Quando se olha a coisa de perto, porém, não é nada disso. O método de Freire, na verdade, não é uma proposta de ensino — é um manifesto político do começo ao fim. Não se destina, não para valer, a transmitir aos estudantes, de alguma forma mais eficiente que outras, conhecimentos de português básico, de ciência ou das quatro operações matemáticas; serve apenas para socar na cabeça das crianças e adolescentes as crenças políticas do autor. ...

... mas que crenças são essas ? — as que pregam um mundo coletivista, com o Estado mandando em tudo, e mais todo o bonde das invenções tidas como “socialistas” ou “comunistas”. Os professores, por essa visão, não têm de ensinar nada; devem ser “agentes de transformação política”. O “método Paulo Freire” não se destina a ensinar os alunos a ler, escrever ou contar. Seu objetivo é formar servidores obedientes à “ditadura popular-proletária-“camponesa”-etc. que existe no mundo mental e nos desejos do autor. É um mundo em que Che Guevara é citado como “exemplo de amor” e a família é descrita como um sistema de “opressão”. ...

... O “método Paulo Freire” jamais foi adotado por nenhum país desenvolvido, ou que tenha um mínimo de sucesso no seu sistema educacional. Serve para um país pobre, então? Menos ainda — com esses é que não funciona mesmo. É muito significativo que o Brasil, um dos países mais atrasados do mundo em sua educação pública, seja também o que concentra o maior número, ou a quase totalidade, dos admiradores do método. (É claro que todos eles, através dos sindicatos de professores, foram os defensores mais extremados do fechamento das escolas brasileiras durante mais de um ano, por conta da covid. Querem o “método Paulo Freire”. Mas não querem dar aula.) ... Freire chamava suas propostas de “pedagogia do oprimido”. Com certeza, na vida como ela é, tornou-se a pedagogia do fracasso. ...

... Paulo Freire não faz parte das possibilidades de solução para problema algum. Faz parte, isso sim, da tragédia permanente da educação no Brasil."

Esse alerta não é de hoje e nos foi relembrado em artigo de Lucas Berlanza (18/12/2019), ao nos mostrar uma matéria do Jornal de Brasil (JB) de 15 de março de 1964, na qual a professora Sandra Cavalcanti, então secretária de Serviços Sociais  do governo do estado da Guanabara, condenou o Ministério da Educação e o famigerado método Paulo Freire.

Portanto, já naquela época havia preocupação com o uso da educação e do sistema de ensino para promover ideologias, realizando doutrinação. Trata-se de problema que certamente recrudesceu a partir de meados do regime militar, com a introdução das teses gramscistas e o incremento do interesse das esquerdas pela cultura, mas que não é absolutamente inédito, encontrando raízes bem mais antigas. A matéria dá conta ainda de que Sandra apontou que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação “virou frangalho nas mãos dos comunistas que dominam atualmente o Ministério da Educação”A seguir, alguns trechos do artigo de Lucas Berlanza e imagens da matéria do JB.

"O método de Paulo Freire era defendido por João Goulart, ao lado de suas famigeradas Reformas de Base, como algo a ser apoiado pelas políticas educacionais. Disse a professora Sandra: “um suposto método milagroso de alfabetização é cantado em prosa e verso para justificar a utilização de processos revolucionários e subversivos junto aos adultos analfabetos: o famoso método Paulo Freire não existe. Trata-se de uma mistificação, dessas que surgem de vez em quando, reanunciando o nascimento de cabelo em carecas”. Para ela, a única coisa nova no método dele “é a formação rigorosa de monitores marxistas, incumbidos de destilar os ideais revolucionários e subversivos junto com as sílabas e os conceitos. Isso sim é novo, mas não pode ser chamado de método pedagógico. Trata-se de um método político. Trata-se de um método subversivo. Não representa nenhuma conquista no mundo da inteligência e não adianta em nada a tarefa dos professores”.  

Ela já denunciava que os comunistas pretendiam criar, “em 10 ou 15 anos”, toda “uma geração atuante”“conformada aos seus planos, engajada nas suas lutas”, começando pelos meios universitários e deparando-se com “democratas omissos”, entre os quais ela menciona o ex-presidente Juscelino Kubitschek, do PSD – o outro braço do varguismo, junto com o PTB de Jango. Para ela, JK abriu as portas para eles ao apoiar o financiamento de institutos e centros de pensamento dominados pelas tendências marxistas e legitimar uma “greve de estudantes” que “mantiveram um Diretor de faculdade prisioneiro durante mais de 30 horas”. Sabe essas “ocupações” de universidades que vinham acontecendo há pouco tempo, com o beneplácito de boa parte da classe pensante e da imprensa? Pois é, pouca coisa de novo…

Os problemas são velhos – e os alertas também. É bem tarde, mas ainda há tempo de ouvi-los e trabalhar para que prioridades avancem em vez de fantasias ideológicas."